Governo Federal lança campanha para incentivar interiorização
Governo Federal lança campanha para incentivar interiorização
Anúncio feito em solenidade na quarta-feira, 02, prevê que municípios possam escolher perfil de migrantes que querem interiorizar
Outro ponto
anunciado foi a criação de um fundo privado, visando o recebimento de
doações à Operação Acolhida (Fotos: Agência Brasil)
A Operação
Acolhida, responsável pelas ações de assistência humanitária aos
imigrantes venezuelanos, iniciou uma nova etapa nesta quarta-feira, 02. A
premissa é de garantir poder de escolha dos municípios que aderirem ao
processo de interiorização e, assim, diminuir a concentração de
refugiados em Roraima.
Na solenidade que contou com o presidente
Jair Bolsonaro (PSL) e demais autoridades, no Palácio do Planalto, foi
anunciada a campanha de “Interiorização + Humana”. Na ocasião, foi
assinado o documento que trata de um Protocolo de Intenções, com prazo
de um ano, que incentiva municípios brasileiros a acolherem imigrantes e
refugiados venezuelanos.
A previsão é de que as cidades que
aderirem à campanha “Interiorização + Humana” poderão definir o número
de pessoas e perfil dos migrantes que querem acolher, conforme as
características econômicas dos municípios.
O
acordo é firmado por meio da Casa Civil da Presidência da República, da
Secretaria de Governo e dos ministérios da Cidadania; da Justiça; da
Mulher, Família e Direitos Humanos; da Defesa; da Educação, da Saúde; do
Desenvolvimento Regional com a Confederação Nacional dos Municípios
(CNM) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR); a
Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Fundo de
População das Nações Unidas (UNFPA).
O coordenador-residente do Sistema Nações
Unidas do Brasil, Niky Fabiancic, afirmou que a assinatura do protocolo
de intenções possibilita a aceleração da interiorização. “Por meio desta
parceria, esperamos ampliar o número de cidades que estão recebendo
imigrantes. Vamos trabalhar juntos com o intuito de transformar o
processo de interiorização o mais ágil possível", afirmou.
DOAÇÕES PRIVADAS – Outro
documento assinado foi o Acordo de Cooperação Técnica entre o Governo
Federal e a Fundação Banco do Brasil para a criação de um fundo privado,
visando o recebimento de doações à Operação Acolhida.
A informação preliminar é que empresas e
cidadãos em geral, de todo o país, poderão fazer sua doação online por
meio de uma página oficial na internet. A previsão é que o portal seja
colocado no ar até novembro deste ano.
O diretor de governo do Banco do Brasil,
Enio Ferreira, afirmou que a instituição financeira disponibilizará
soluções para o recebimento de doações por meio de contas exclusivas e
também realizará a gestão dos recursos que serão integralmente
investidos em ações de ordenamento, abrigo e interiorização, alinhada
com as decisões emanadas pelo Comitê Federal de Assistência Emergencial,
coordenado pela Casa Civil.
"Além de disponibilizar a sua estrutura, conhecimento e capacidade operacional, a Fundação Banco do Brasil adotará as melhores práticas de governança para assegurar transparência na aplicação dos recursos e na prestação de contas, aos doadores e à sociedade", completou.
RORAIMA – Em seu
discurso, o ministro-chefe da Casa Civil, Ônix Lorenzoni, agradeceu à
população de Roraima pelo acolhimento de venezuelanos, além de citar as
problemáticas enfrentadas em razão do intenso fluxo migratório.
“Não deve ser fácil, de um dia para o outro, ver as ruas de Pacaraima, de Boa Vista, receber milhares e milhares de pessoas”, disse. “É claro que Roraima enfrenta as dificuldades nos serviços de saúde, nas questões da educação para receber as crianças venezuelanas, mas esse povo acolheu com humanidade a milhares de irmãos atingidos pela fome, pela violência e pela tristeza causada por um ditador socialista”, declarou Lorenzoni.
O ministro também aproveitou o momento
para elogiar o trabalho desenvolvido pelas Forças Armadas e da Operação
Acolhida, em nome do General Eduardo Pazuello, coordenador da
Força-Tarefa Logística Humanitária em Roraima. “O senhor [Pazuello]
prestou um trabalho heroico, de extremo sacrifício, para acolher
pessoas, resgatar famílias e para honrar a tradição brasileira de bem
acolher e de solidariedade”, disse.
Na sua fala, o presidente Jair Bolsonaro
(PSL) também citou o Estado, lembrando que esteve em Roraima durante o
período de campanha eleitoral, porém não esteve na fronteira com a
Venezuela por entender que não era seguro.
“Estive em Roraima por três vezes. Não fui até Pacaraima porque não tinha uma segurança adequada. Obviamente, como eu já era de certa forma conhecido, corria risco. Mas ver irmãos venezuelanos, de 12 a 50 anos de idade, se prostituindo para não morrer de fome, é triste, é doloroso e é lamentável”, declarou.
Bolsonaro também efetuou críticas aos
governos do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e do antigo
presidente do país, Hugo Chávez. “Não se consegue entender como um país
integrante da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e
rico, especialmente em ouro, se encontra na situação do momento. O
Brasil não esteve longe disso. Somos mais ricos que a Venezuela. E,
graças a Deus, fomos salvos por parte de muitos homens e mulheres que
entenderam a situação crítica, em 2016, e deram um basta a uma
situação”, declarou. (P.C.)
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Fonte: Folha de Boa Vista/ Editoria Política
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