Ex-secretária diz em depoimento que Suely Campos pedia para priorizar repasses à empresa de transporte escolar em RR

Ex-secretária diz em depoimento que Suely Campos pedia para priorizar repasses à empresa de transporte escolar em RR

Depoimento de Aline Karla Oliveira foi dado à Polícia Federal nas investigações da operação Zaragata.

Por Jornal de Roraima 1ª edição — Boa Vista



Depoimento de ex-secretária revela que Suely Campos priorizava empresa de transporte em RR
Depoimento de ex-secretária revela que Suely Campos priorizava empresa de transporte em RR


Investigada na operação Zaragata, a ex-secretária adjunta da Secretaria da Fazenda, Aline Karla Oliveira, disse em depoimento à Polícia Federal que a ex-governadora Suely Campos (PP) beneficiou a empresa de transporte escolar ao dar prioridade nos pagamentos.

O depoimento de Aline foi obtido com exclusividade pela Rede Amazônica. A empresa Diamond, do empresário José Wallace Barbosa, que também é marido da deputada estadual Ione Pedroso (Solidariedade), recebia do governo fora da ordem cronológica

Deflagrada em dezembro do ano passado, a operação da PF contra desvios no transporte escolar prendeu 12 pessoas, entre elas Aline Karla, Ione Pedroso, José Wallace Barbosa, e outras nove pessoas. A suspeita é que o esquema tenha desviado R$ 50 milhões

Aline Karla disse em depoimento que tinha relação de amizade com Wallace. Questionada pela PF se existia liberação para o pagamento de faturas da Diamond com prioridade, ela disse que atendia a pedidos dos diversos titulares das secretarias. 

Em regra, segundo consta no depoimento, existia quebra de ordem cronológica nos pagamentos. Em algumas ocasiões, disse a ex-secretária, os repasses com prioridade era para atender a pedidos específicos da então governadora Suely Campos, que em muitos casos palavra final era dela. 

No caso específico do contrato com a Diamond, a ordem para a quebra de sequencia no pagamento partiu da própria governadora. A ex-secretária afirmou ainda que atendia a esses pedidos por receio de ser exonerada do cargo comissionado que ocupava. 

Com autorização judicial, a PF interceptou ligações telefônicas de Aline, onde ela falava “operações ilegais na Secretaria da Fazenda”. 

Interrogada, ela afirmou que essas irregularidades estavam relacionadas a manobras que a Sefaz fez para tentar manter em dia o pagamento de servidores e o não pagamento de alguns compromissos do governo, entre eles empréstimos consignados e movimentação em contas de convênio. 

Em nota, o Ministério Público Federal esclareceu que nenhum dos denunciados da operação Zaragata fez delação premiada. O processo está em andamento e se não houver outras buscas, os envolvidos vão para fase de defesa final. Posteriormente a Justiça dará a sentença. 

Sobre a ex-governadora Suely Campos, o MPF disse que ela não foi denunciada nem intimada como testemunha.

O que dizem os citados:

O empresário José Wallace disse que as declarações de Aline Karla não afirmam que a empresa Diamond era a única beneficiada por pagamentos do governo. De acordo com ele, na gestão passada não havia recursos suficientes para realizar todos os pagamentos do estado, por isso foi criada uma comissão por membros do governo em que o secretário de cada pasta informava quais as urgências e prioridades. 

A ex-secretária Aline Karla disse à Rede Amazônica que o interrogatório que prestou na Polícia Federal “foi misturado” e que as declarações feitas à PF foram contestadas judicialmente na última quinta-feira (26). Segundo ela, em nenhum momento foi afirmado em depoimento que a ex-governadora Suely Campos determinou os pagamento. 

A defesa da deputada Ione Pedroso, afirmou que ela nunca administrou nem exerceu nenhum ato dentro da empresa, sendo funcionária do Tribunal de Contas do Estado de Roraima por 12 anos.
A defesa afirmou ainda ainda que em 2018 Ione deixou de ser cotista da empresa, e que os contratos da empresa sempre foram regulares e com serviços prestados de forma correta.

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Fonte: G1 Roraima

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